Sou membro de um site onde a maioria dos participantes são professores de história, alunos de cursos de história, filósofos além de admiradores da disciplina, enfim, pessoas que “teoricamente” deveriam ter uma condição de análise mais apurada, principalmente no que diz respeito a assuntos de ordem político-social, porém, fiquei surpreso com o resultado da última enquete realizada por tal site: “Se, nos dias de hoje, partidos políticos assumidamente fascistas deveriam ser proibidos ou permitidos em seus respectivos países”, com 73,72% venceu a proibição desses partidos.
Ora, se somos realmente uma sociedade democrática, se estamos empenhados nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso, tem alguma coisa errada aí, afinal se enquanto democratas reconhecemos que chegar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável, é de se espantar tal resultado. De fato, a democracia supõe o consenso, isto é, a aceitação geral das regras estabelecidas após as discussões. Isso, porém, não elimina a existência do dissenso, isto é, a possibilidade de discordar, sempre que necessário. Aliás, uma característica essencial da democracia é a aceitação do confronto ou do conflito, como expressão das opiniões divergentes. Faz parte do processo democrático a conversação e a negociação para solucionar os conflitos.
Não podemos esquecer das palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
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o resultado da pesquisa reflete bem o engano a que estamos submetidos...cremos cegamente vivermos numa democracia sem nos darmos conta que so o fato de sermos obrigados a votar ja denota falta de democracia. Nao somos livres, vivemos sob liberdade vigiada...
ResponderExcluirabc(c com cedilha, ta?)
INÓPIA NACIONAL
ResponderExcluir(À Pablo Neruda, in memorian)
Houve, por trás
Todo um engenho jurídico
De leis aqui
De leis acolá
Tudo muito bem definido
Um arcabouço de conceitos
Sutil, perverso, mentiroso
Criando nossa pobreza
Nossa ignorância
nossa ignomínia
Até alterar nosso corpo
Mudar nossa face
mudar nosso riso
Pela fome quotidiana.
Houve por trás
Uma mentira hasteada
Um canto anunciado
Símbolos trabalhados
Até cores delinearam
Até imagens fantasiaram
Até Castelos ergueram
Para escravizar
Para esfomear
Para empobrecer
Para aviltar.
Houve, por trás
(como até hoje há)
O discurso evasivo
A insinceridade pública
A mentira deslavada
Recriando a escravidão
Recriando a pobreza
Recriando a fome
Recriando a ignorância.
Houve, por trás
Toda uma teia
Todo um burburinho
De lei e leis
De Instituição e Instituições
De ordem e ordens
De Bandeira e Bandeiras
De Hino e Hinos
De Símbolo e Símbolos
Para re-escravizar o povo
Para re-empobrecer o povo
Para esfomear o povo
Em nome da Democracia
Em nome da Ordem
Em nome do Progresso
Isso, desde Marechal Deodoro,
Aquela Fonseca.
Guina*
2010